Papo sério

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Violência doméstica. Quando esse horror vai acabar? Na lista dos dez estados americanos com maiores índices de mulheres vítimas de homicídios, está o Arizona, onde moro pela segunda vez.

Lousiana, Alaska, Wyoming, Arkansas, Nevada, Alabama, Novo México, Carolina do Sul e Oklahoma são os primeiros colocados, nesta ordem. Em comum, esses estados tem as menores taxas de renda média por família e de nível de escolaridade.

Uma pesquisa conduzida pela ASU - Arizona State University -, aponta os casos de violência doméstica como os mais comuns nas chamadas do 911, o sistema de emergência americano conjunto, de para-médicos, bombeiros e polícia.

Ainda me lembro de um episódio que eu presenciei há 20 anos. Na piscina do prédio, um casal discutia e o tom só aumentava, lá pelas tantas a mulher levantou como se fosse embora e o homem também ficou em pé encarando a mulher, meio segundo de bate-boca e ele simplesmente esmurrou a mulher, que caiu no chão e ainda ganhou um ou dois chutes.

Eu estava com o meu filho, na época com dois anos. Baixei os olhos, tive medo, cobri os olhos do meu filho e comecei a chorar. A minha raiva queria pular no pescoço do cidadão e espancá-lo. Devagar e em silêncio juntei as nossas coisas pra sair dali o mais rápido possível. O tumulto já tinha sido formado e eu ouvia a sirene da polícia. Aqui mesmo, em Phoenix, há 20 anos!

Comments (2)

Olá Paula,

Infelizmente, o flagelo da violência doméstica não é exclusivo dos EUA. Aqui na Europa também tem muito disso, só que ause sempre é muito encoberto. Há alguns anos, insurgi-me contra uma situação dessas, em Portugal, e chamei a policia. E fiquei duplamente chocado porque os policias nem vieram ver o que se estava a passar; simplesmente responderam-me que a policia não se mete em briga de casais. Coitada da mulher, que ficou muito maltratada. Mesmo! Agora, já não é assim, nem que seja pelo facto de haver cada vez mais mulheres a chefiar esquadras de policia. Em Espanha, mesmo aqui ao lado, o tema é preocupante: a morte de mulheres vítimas de violência doméstica atinge anualmente os três dígitos. Mas as vítimas não são só mulheres; também há homens massacrados pelas suas mulheres, e esses ainda se queixam menos, pela vergonha. É o sinal de que os tempos estão, definitivamente, a mudar. Bem, pelo menos aqui não podemos ir a um bar de pistola na mão, o que já ajudava a minimizar as consequências das brigas...

Beijo,

Alexandre Correia

Nossa, Paula... fico imaginando como deve ter sido horrível presenciar uma cena dessa. Odeio qualquer tipo de violência. É uma das coisas que mais me incomodam no mundo. Seja contra mulher, homem, criança e bichos...