Dividida nada. Desigual. Afinal, sou minoria aqui na terra do Tio Sam.
Enquanto os Estados Unidos ganhava tudo ia muito bem. Eu meio jururu, mas acreditando que deveria ganhar o melhor time, até então o americano.
No segundo tempo o tempo mudou. Os americanos aqui em casa foram aos poucos ficando bravos, furiosos, sem graça e mudos.
Timidamente acenei a minha bandeirinha do Brasil, fiz alguns comentários tentando incentivar o time americano, mas era tarde. Saí de fininho da sala de tevê, afinal, o time do meu país ganhou!
A caminho da Copa do Mundo no ano vem, a África do Sul enfrenta agora o maior dilema de todos. Banir ou não o uso das cornetas nos estádios de futebol.
O jogo de logo mais entre Brasil e Estados Unidos encerra a Copa das Confederações, mas nem de perto chama a atenção que a controvérsia em torno da corneta. Entre os blogs da África do Sul, esse assunto parece ter tomado conta das discussões, segundo o jornal Los Angeles Times de hoje.
Não consigo imaginar um jogo de futebol sem as tais cornetas de plástico entoando aquele barulho infernal. Mas foi engraçado quando li a reportagem hoje e lembrei imediatamente do comentário do senhor meu marido há alguns dias. Assistíamos ao jogo de Brasil e África do Sul e lá pelas tantas ele me perguntou que barulheira era aquela, se aquilo não parava nunca. É, talvez um dia!
1 - Por quê o legislativo do Arizona aprovou, sexta-feira, no final do expediente, lei que permite portar armas em restaurantes e bares onde é servida bebida alcoólica?
a) porque somente em estabelecimentos assim, o cidadão vai precisar usar o revólver para defender sua cerveja;
b) porque os legisladores estavam atrasados para o happy hour com suas armas;
c) porque é perfeita a combinação álcool e armas. Todo mundo sabe disso.
2 - Por quê o legislativo do Arizona aprovou, no mesmo expediente que o da lei anterior, a lei que obriga a polícia local a agir como oficiais federais em casos de imigração?
a) porque os custos por preso são baixos e as cadeias estão vazias precisando de mais ocupação;
b) porque não há crimes no estado, deixando os policiais ociosos;
c) porque, afinal de contas, imigrante ilegal é bandido mesmo.
3 - Por quê o superintendente das escolas públicas do Arizona quer aprovar uma nova lei que bane os cursos étnicos nas escolas?
a) porque ele pode;
b) porque estudos sobre a raça negra ou justiça social para minorias é irrelevante;
c) porque etnias como as asiáticas e hispânicas não enriquecem a cultura americana.
A previsão é de confusão. É que a partir de hoje aqui nos Estados Unidos as emissoras de televisão do país param de transmitir em sinal analógico.
A estimativa é de que pelo menos 1 milhão de lares ainda não estejam preparados e devam ficar sem conseguir assistir televisão.
Bem-vindos a era digital.
O tiroteio ontem no Museu do Holocausto, um dos lugares mais visitados por turistas em Washington D.C., reascendeu a discussão sobre os crimes de ódio nos Estados Unidos.
Um homem de 88 anos, que faz parte de grupos da supremacia branca, conspiração contra minorias e negros, entrou atirando no museu, acertando fatalmente um dos vigias.
Segundo relatório do FBI, em 2007, quase 10 mil pessoas foram vítimas de crimes cujo motivo foi o preconceito. Em todo o país, os crimes de discriminação racial, contra negros, são os de maior ocorrência, seguidos por religião, orientação sexual e etnia.
Aqui no Arizona, onde moro, com uma população de quase 40% de origem hispânica, é o preconceito étnico que assola o estado. Tenho muita dificuldade em entender os extremismos, os radicais e a deslealdade com que machucam pessoas, instituições e sociedades simplesmente por serem o que são.
Para algumas coisas deveria servir morar no Arizona. Sem esse papo de que é o estado do Grand Canyon. Eu sempre uso essa desculpa! Eu queria mesmo era poder marcar hora com a Allison DuBois.
A vidente de Medium, o programa, que no Brasil acho que é a Sony Entertainment Television que transmite, mora aqui em Phoenix. O show é baseado na vida real de Allison.
Pois bem, perdi minha chance. Ela não atende mais a população para fazer as leituras mediúnicas que a levaram a Hollywood.
Agora, a fama é tamanha que a vidente vive viajando país afora participando de conferências e concedendo palestras. Ah, e, claro, está em turnê para divulgar o seu novo livro. Até o marido, o engenheiro espacial, se aposentou e tem um blog.
Acordei assustada com a cachorra latindo sem parar. Valente, levantei pra ver o que estava acontecendo. Devagar, é claro, sou medrosa que só eu e estava sozinha em casa.
Da sala de televisão para o quintal tem uma porta de vidro. Cortinas fechadas. Mais devagar ainda abro só um pouco a lateral pra ver se consigo enxergar alguma coisa lá fora.
Sem entender o que eu via, fechei rapidamente a cortina e pulei pra trás. Um homem de binóculos, em pé na lateral de uma caminhonete branca, olhava a minha varanda! Paralisei por uns bons segundos e logo pensei em chamar a polícia.
Valente, resolvi sair e perguntar ao cidadão o que diachos ela fazia ao lado do muro do meu quintal espionando a minha casa.
O relógio! Ele é o "cara" que faz a leitura para a companhia de energia elétrica. Estrategicamente posicionado na parede atrás do bar na varanda da piscina, o medidor só pode ser visto de binóculos lá da ruela atrás da casa, por onde o tal do moço passa uma vez por mês fazendo a leitura de todas as casas da rua e a esperta aqui nunca tinha visto!
Foi ao ar no programa Dateline, da rede NBC, neste domingo, uma reportagem sobre o caso do menino Sean. Na verdade, o programa apresentou apenas uma versão dos fatos, claro.
Desconheço os detalhes, até mesmo os mais gerais sobre o assunto, mas assistir em horário nobre de televisão, no domingo de noite, que o Brasil merece "pagar" pelo o que está fazendo, é um pouco demais pra mim.
Torço para que o Supremo Tribunal Federal e as autoridades jurídicas que analisam o caso, o resolvam da maneira mais correta, se é que é possível. Lamento as posições radicais, que cegam e servem ao único propósito de disseminar raiva e divisão.
Se eu tivesse me apaixonado pela mulher da minha vida e ela fosse americana, como é o meu marido, eu não poderia me casar com ela e nem usar desse recurso para obter o direito de imigrar legalmente para os Estados Unidos.
Como sou mulher e casei com um homem, tenho o direito, primeiro de casar e depois, de acordo com a lei de imigração, de viver legalmente neste país.
Mas apesar de uns acharem que ainda estamos a anos luz de conseguir direitos iguais para todos os cidadãos, sem discriminação de raça, credo ou sexualidade, hoje pelo menos, alguns avanços devem ser comemorados.
O governador John Lynch, de New Hampshire, assinou ontem a lei aprovada pelo legislativo estadual que torna o estado o sexto no país a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Além disso, está prevista uma audiência na Comissão de Justiça do Congresso americano sobre alternativas na lei de imigração para atender processos de casais do mesmo sexo. Bem, engatinhando se começa a caminhar.
O presidente Barack Obama proclamou junho o mês do orgulho gay, Orgulho Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT).
Segundo o release divulgado ontem pela Casa Branca, Obama defende os direitos iguais, é contra a discriminação e a favor do fim da política "Não pergunte, não diga" nas Forças Armadas americanas.
Abaixo um trecho original do texto da proclamação.
"NOW, THEREFORE, I, BARACK OBAMA, President of the United States of America, by virtue of the authority vested in me by the Constitution and laws of the United States, do hereby proclaim June 2009 as Lesbian, Gay, Bisexual, and Transgender Pride Month. I call upon the people of the United States to turn back discrimination and prejudice everywhere it exists.
IN WITNESS WHEREOF, I have hereunto set my hand this first day of June, in the year of our Lord two thousand nine, and of the Independence of the United States of America the two hundred and thirty-third. BARACK OBAMA"
Só lá pelas 10h00 da manhã horário daqui, umas 14h00 horário de Brasília, fiquei sabendo do desaparecimento do avião da Air France. Isso porque ainda mantenho o hábito de ler os sites brasileiros.
Nenhum canal ou site americano noticiava o fato até então.
Além da profunda tristeza com a notícia, veio também um sentimento de decepção com a imprensa local. No site do Washington Post quase não há destaque para o assunto.
Aqui nos Estados Unidos o mais importante continua sendo os Estados Unidos, ah, e claro, o Oriente Médio e às vezes a Ásia.
3