Trabalho escravo

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A semana foi de lascar. No trabalho, o teto caiu. Literalmente. Havia um vazamento na tubulação do ar-condionado e o teto cedeu em cima do equipamento de fotografia. Um caos!

Depois, o trabalho caiu. Os caras haviam me contratado dizendo que bastava eu apresentar a minha certidão de casamento com o cidadão americano. Tudo isso por conta das leis da imigração. Ainda não recebi a minha papelada. Pois bem, se eles disseram que só com a certidão podia. Lá fui eu.

Trabalhei para o estúdio por quase três semanas e, ontem, ontem, ontem, a chefona do recursos humanos lá da matriz, em Atlanta, me liga dizendo que ela não tinha como me garantir o pagamento. Como assim?! E melhor, eles não vão sequer dar um jeito para pagar o tempo já trabalhado. É mole não!

O engraçado foi que a cidadã disse que se eu quizesse continuar trabalhando, tudo bem por ela, seria por minha própria conta e risco, ou seja, sem receber um tostão sequer pelo trabalho. Sério mesmo?!! Uns dizem que o trabalho dignifica a alma. Entendo e às vezes até concordo. Mas de graça? Não. Não. Não. Eles não precisam de voluntária.

Me demiti ontem mesmo. Quer mais? A gerente do estúdio sugeriu que mesmo assim eu continuasse a participar das reuniões quinzenais da equipe de fotógrafos. Para me manter atualizada, afinal, segundo ela, eu não vou estar trabalhando mesmo né?!! É.

Comments (5)

Vá atrás do que te devem, de graça nem mais relógio

caramba!!! que povinho mais cara-de-pau... fala sério, exija seus direitos, mamãe!!! você é muito boa nisso que eu sei!!!
beijos

Vocês são ótimas!!! Nem se eu for lá bater no povo!!! Risos. Vamos esperar........paciência é meu lema desde que vim morar aqui!!!! beijos

paulinha a mesma coisa aconteceu aqui (em brasília) com um amigo venezuelano. ele deu aulas de espanhol e pagaram o primeiro salário, ai o segundo foi meio pago e o terceiro nunca chegou. motivo? ele não tinha a documentação em dia. hoje esse instituto é gigante. o dono latino. a prática é comum. do lado de cá também... na argentina há redes de trabalho escravo que usam mão de obra boliviana. são empresas de confecção que trabalham em bairros ditos nobres como caballito (onde nasci)... do lado de cá somos seres humanos... de lado de lá também. a terra é nossa paulinha. nossa. não se esqueça disso.

- Javi, sei disso, sei sim. Vira e mexe comento com minha família o quanto deve ser difícil para os imigrantes no Brasil também. E em tantos outros países. Só quando a gente sente na pele, entende o que é ser imigrante. É doido isso né?!!Obrigada, viu?!!beijão