No supermercado, quando faço compras, vou e volto. Tenho a mania de colocar as sacolas no carro e voltar ao supermercado para deixar o carrinho no lugar. Outro dia, já na saída definitiva, depois de devolver o carrinho, um moço me aborda.
Alto, loiro de olhos azuis, com a barba meio que por fazer, usava jeans, camiseta e tênis. Não chegava a ser bonitão, mas tinha uma boa presença. Carregava na mão uma garrafinha de água. Se aproximou e pediu licença para falar comigo. Foi muito educado.
Achei estranho e perguntei: você está falando comigo? Sim, responde o moço sorridente.
Depois de pedir desculpas, ele pede dinheiro. Ainda desconcertada, abro a bolsa e dou a ele uns dois dólares, algumas moedas.
A minha volta pra casa foi a mais longa dos últimos meses. Moro a apenas cinco minutos do supermercado.
Não conseguia parar de pensar no que havia acontecido. Pensava no rapaz. Pensava em tudo. Pensava como nem me passou pela cabeça que ele poderia ser um pedinte. Lembrei do Brasil, pensei na minha reação. Pensei em racismo. Pensei em discriminação racial, social e pensei: porque eu? Nada é coincidência, é?
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Amo Voce Bebina!!!!
Paula Halla
meu amor
HAHAHAHAHAHA
Isso me lembrou 2001, Buenos Aires. A crise levou boa parte da classe média para as ruas. Nunca vou esquecer quando vi aquela menina linda, loira de olhos azuis, uns 7 anos de idade, recolhendo lixo. Lembrei que nossa miséria é negra. Não se culpe por isso. Mas não dê esmolas para ninguém, seja loiro, ruivo, calvo etc... ;)
CD
- CD, você tem razão. E olha que sempre fui contra dar esmolas. Acho que foi o susto, me pegou de surpresa. beijoca