Quando se alistar faz sentido

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Conheci Nathalie ontem. Ela tem 18 anos, mas completará 19 no final do mês e isso pra ela faz diferença. Nathalie é uma graça de menina e me chamou a atenção principalmente por querer se alistar na Força Aérea americana.

O motivo, segundo ela, não tem nada a ver com patriotismo. "Meus pais não tem dinheiro para me mandar para a universidade, eu não tive boas notas e não consegui bolsas de estudo em nenhuma faculdade, não tenho profissão e é difícil arrumar emprego", diz a jovem. "Na Força Aérea eu terei uma boa formação, terei o meu trabalho e um bom salário", conclui.

Lendo o East Valley Tribune hoje cedo dei de cara com uma reportagem sobre o aumento do número de jovens que estão se alistando ou re-alistando nas Forças Armadas em função do declínio na economia americana. De acordo com a notícia, a maioria dos jovens busca se alistar no Exército e na Força Aérea, com um aumento, em média, de mais de 20%, especialmente de outubro pra cá, se comparado com o mesmo período em 2007.

Sem condições de pagar para estudar, porque do lado de cá pode não ter vestibular pra passar, mas estudar é caríssimo, a jovem Nathalie me parece um dos personagens da reportagem do jornal. Busca nas Forças Armadas uma oportunidade de trabalho, de estudo. Ter um emprego fixo com salário certo no final do mês é a garantia que em tempos de recessão não se encontra por aqui. É aí que se alistar faz todo sentido.

Comments (2)

Paula,
Por aqui também não é muito diferente no tocante aos jovens de famílias mais carentes.Os que gozam de um melhor nível social, são dispensados por excesso de contingente, pois no Brasil o alistamento ainda é obrigatório, enquanto àqueles de família mais simples preferem o serviço militar por não terem outra opção de sustento.
O mais grave, no meu entendimento, é que o serviço obrigatório, salvo engano, tem a duração de apenas dois anos.

Paula, aqui acontece da mesma forma. Tenho entrevistado muita gente que simplesmente entrou para o exército para se manter e aprender alguma coisa. Até hoje não conversei com alguém que tenha sido por patriotismo, mas por necessidade...