Noitada presidencial

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Ontem o presidente Barack Obama levou a esposa, a primeira-dama, Michele Obama à Broadway. Pegaram um jatinho em Washington e seguiram para Nova Iorque para curtir a noite. Jantar e show. Sensacional.

Como no Brasil, aqui também se crítica político por conta de gastos particulares com dinheiro público. A noitada de Obama é um desses casos onde a discussão rende.

Mas a minha dúvida e pergunta é: como dividir o público e o privado em situações como essa?

Dona Salvina

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Uma daquelas lembranças da infância. Daquelas que você nunca esquece e pouco fala, mas quando aparece a oportunidade e você finalmente comenta, é como se estivesse vivendo tudo outra vez e já não consegue mais apagar.

Da rua lá de casa, os vizinhos são a lembrança predileta. Dona Salvina foi uma delas. Umas duas ou três casas à esquerda estava a dela. A deles, porque ela tinha família, marido e filhos. Mas Dona Salvina é que é a estrela do meu filme.

Já estava com cabelos brancos a Dona Salvina. Pra mim ela nasceu assim. Combinava com ela e com os coques que usava o tempo todo. Eu nem sei direito o por que, mas eu frequentava muito a casa da Dona Salvina.

Brava que só ela, me deixava ficar por ali por horas a fio. Às vezes na sala, muitas outras na cozinha. Lembro de a minha mãe ter ido me chamar na Dona Salvina algumas vezes. Era sempre um lugar pra me procurar se não soubesse exatamente onde eu estava.

Dona Salvina morreu. Morreu faz um bom tempo e há muitos, muitos anos eu não falava nela. Talvez por ter sido criada longe de avós, talvez porque ela me deixava comer o que cozinhava, talvez porque Dona Salvina tenha sido encantadora e generosa, mas principalmente porque suas mãos me abençoavam de alguma maneira e essa é uma daquelas lembranças de infância que não se esquece jamais.

Destaque do dia

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A nomeação da primeira mulher hispânica para a Suprema Corte americana. Todos os canais, noticiários, twitts e afins só falam de Sonia Sotomayor aqui nos Estados Unidos.

A juíza nasceu nasceu e cresceu no Bronx, em Nova Iorque, quando sua família mudou-se de Porto Rico. Em seu discurso, Sonia lembrou que seu pai mal falava Inglês, que sua mãe tinha dois empregos para sustentar a família, após a morte do pai, e que nada mais é que uma mulher ordinária com oportunidades extraordinárias.

Sonia Sotomayor, considerada uma juíza de visões políticas moderadas, ainda tem de passar pela sabatina do Senado e pelas críticas dos conservadores.

Confesso que torcia pela nomeação da ex-governadora do Arizona, Janet Napolitano, atualmente Secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, que também faria história e seria a primeira mulher homossexual na Suprema Corte.

Memorial Day

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Feriadão. Na última segunda-feira de Maio os Estados Unidos homenageiam militares das forças armadas que morreram pelo país.

Um feriado difícil para esta brasileira aqui entender. Aliás, como tantos outros conceitos, costumes e rituais da cultura americana.

Hoje, as casas cidade afora tinham bandeiras americanas penduradas nas janelas ou nas portas. Uma forma de demonstrar o patriotismo neste dia. Em vários lugares houve desfile, meio que uma parada militar.

Para muitos, o Memorial Day representa também o início da temporada de verão aqui nos EUA e é um período festivo em que acontecem os tradicionais churrascos nos jardins das casas. Bem, aqui não fizemos churrasco ou barbecue, não assistimos a nenhum desfile e apesar do meu marido ser veterano da marinha americana, pouco se falou em serviço militar nesta casa.

De toda maneira, bom feriado!

Media training

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Prostitutas em Vancouver, no Canadá, estão sendo treinadas em como lidar com a imprensa. A idéia é preparar as profissionais do sexo para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2010.

A instituição The Prostitution Alternatives Counselling and Education Society (PACE) comanda o treinamento, que abordará aspectos legais ao ser fotografado, conceder uma entrevista e assim por diante.

O Canadá já foi sede dos Jogos Olímpicos de Inverno em 1988.

Obama comes to town

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Eu adoraria ouvir pessoalmente o presidente Barack Obama. Daqui a pouco ele estará aqui em Tempe. Fará o discurso de formatura da Arizona State University, a ASU.

Os jornais alertam: o evento no Sun Devil Stadium, ao ar livre de quase 40 graus centígrados, deverá receber 71 mil pessoas, que passarão pelo menos duas horas sendo revistadas pelo serviço secreto americano.

Recomenda-se não ir de carro. Ruas fechadas, estacionamentos praticamente impossíveis. O ideal é pegar o metrô e caminhar até o estádio, e logo cedo. Daqui a pouco.

Os portões do estádio serão abertos às 2h30. A previsão é que Barack Obama discurse às 7h52, precisamente. Até às 9h17 deverá estar tudo terminado.

É, eu adoraria ouvir o presidente Barack Obama. Aqui de casa!

O cúmulo da arrorância

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Inventando uma nova palavra, a idéia é tentar descrever uma nova teoria, na verdade. A correlação primária e existencial da arrogância e da ignorância.

É quando nada mais faz sentido, porque você sabe mais do que todo mundo mais ou porque simplesmente não tem a capacidade para entender nada sobre o que eles falam.

Chegando a esse ponto você desiste de assistir o noticiário. Retratos grotescos de discriminação, ódio e banalização. Ora dos chineses com os mexicanos, ora dos americanos com os chineses. É um leva e trás sem fim e a sensação é de estar sendo levado ao buraco negro da humanidade.

É o caos. Se bem que essa é outra teoria. A da vez, pra mim, a do cúmulo da arrorância, esta é inexplicável, insustentável e praticamente insuportável.

Obama, Biden e o hamburger

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O presidente Barak Obama e o vice-presidente Joe Biden almoçam juntos uma vez por semana. Normalmente na Casa Branca. Ontem resolveram dirigir até uma lanchonete chamada Ray's Hell Burger. Acompanhe o vídeo.

Comparações saudáveis

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A pergunta que não quer calar. Será que algum dia deixarei de comparar Brasil x Estados Unidos? Parece impossível. O tempo todo me salta aos olhos, a carteira e o coração, as diferenças entre estes dois países onde eu vivi e vivo.

Esta semana estou pesquisando uma possível aquisição de um novo seguro médico. O que tenho é via o empregador do meu marido e é caríssimo. Mesmo. Estamos pagando quase U$ 500,00 por mês! Só pra mim.

O sistema é muito complexo para a minha pouca paciência e excesso de comparações com o plano de saúde que eu tinha no Brasil até o começo do ano passado, antes de mudar pra cá.

O negócio saúde é muito lucrativo e, aqui nos Estados Unidos, se tornou ao longo dos últimos anos uma verdadeira máquina de fazer dinheiro para as empresas seguradoras. Eu já havia morado aqui por seis anos, há 16 anos, e o sistema não era assim.

Além de pagar os quase 500 dólares por mês, ainda tenho de pagar 30 cada vez que vou a uma consulta médica, isso se for médico clínico geral. Especialistas o valor sobe para 40 dólares. A cada procedimento pago um porcentual do valor total. Nada é coberto integralmente pelo seguro.

Centenas de milhares de famílias vão completamente à falência todos os anos nos Estados Unidos. Não é pra menos. As contas hospitalares são absurdas. Ano passado estive hospitalizada com uma infecção renal por dois dias, o total chegou a 16 mil dólares. Neste caso, o plano usado era brasileiro e foi pago totalmente pela seguradora.

O presidente Obama já acenou algumas vezes que pretende tratar da reforma do sistema de saúde o quanto antes. As discussões ganharam pouco espaço na imprensa e aparentemente nada andou. Parece que você também já viu esse filme antes? É, as comparações às vezes servem pra observar que não importa o país, a regra ainda é defender os interesses financeiros de alguns em detrimento do direito à saúde de tantos.