Uma notícia divulga pela Associated Press me deixou completamente chocada, apavorada. Venho há algum tempo pensando sobre imigração, a situação de imigrantes, enfim, sou um deles neste país do primeiro mundo e tenho, eu mesma, vivido situações curiosas.
No dia 12 de julho, numa cidadezinha do estado da Pensilvânia, Shenandoah, três jovens americanos, brancos, espancaram até a morte o imigrante mexicano Luis Ramirez.
Absolutamente tudo sobre essa história me deixa quase histérica. Inclusive a reportagem publicada. O fato de Ramirez ser um imigrante mexicano ilegal nos Estados Unidos está colocado na matéria de uma forma que me faz pensar. Fosse Luis Ramirez um imigrante mexicano que tivesse entrado aqui legalmente, faria diferença? Se fosse uma brasileira, como eu, faria diferença? Ele foi espancado e morreu por conta do espancamento.
Legal ou ilegal, Ramirez, de 25 anos, fui chutado, esmurrado e apanhou tanto, que morreu no hospital, dois dias depois. Foi por que ele era mexicano ou por que ele estava aqui ilegalmente? Do lado de cá, o preconceito anda por vários lados.
A primeira coisa que o promotor público do pequeno condado da Pensilvânia, James Goodman, diz, é que um dos jovens, Derrick M. Donchak, 18, perdeu a sua vida por causa do crime. Donchak iria para a universidade, estava matriculado e jogaria futebol americano. Perdeu tudo, o jovem, lamentou o promotor. Sério mesmo?
Os outros dois jovens, Brandon J. Piekarsky, 16 anos, e Collin J. Walsh, 17 anos, serão processados como adultos por homicídio.
Segundo os relatórios da polícia, os três suspeitos teriam encontrado com Ramirez em um parque, na noite do dia 12 de julho. Uma briga teria começado e os jovens teriam gritado e xingado Luis Ramirez com palavras discriminatórias, antes e durante o espancamento. Com o primeiro soco, dado por Walsh, Ramirez teria caído no chão, batido a cabeça e ficado inconsciente. Ainda assim, o outro jovem, Piekarsky chutava o mexicano.
Os advogados da defesa dizem que os jovens não são culpados e que não há provas de homicídio. Roger Laguna, o advogado de Collin Walsh, disse que, apesar de palavras discriminatórias terem sido usadas, o crime não teve motivação étnica.
Frederick Fanelli, o advogado de Brandon Piekarsky, se diz surpreso e desapontado com o processo por homicídio. Para ele, foi só uma briga de rua que terminou mal.
Crystal Dillman, a noiva americana, e branca, de Ramirez, com quem ele teve dois filhos, divulgou a imagem de quando ele ainda estava no hospital e pode ser vista na matéria no link a seguir (http://phoenix.cox.net/cci/newsnational/national?_mode=view&_state=maximized&view=article&id=D9257J4O0&_action=validatearticle).
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Também estou chocada. Não histérica, mas entristecida. E indagações inúteis povoam minha mente, não posso evitar: Quem construiu o mundo? E antes do "Estado" de quem era a terra? Muito triste verificar que em pleno século 21 a mão de obra barata dos mexicanos, chineses, brasileiros, indianos, interessam... e só.
A lei do mais forte prevalece, pior que o mais forte embrutecido, sem equilíbrio emocional, sem princípios morais, sem qualquer percepção de humanidade, que se agrupam em turma, somando a idiotia que os impulsionam à barbárie das matilhas. Muito triste!
- tia, vejo todos os dias e, às vezes, sinto na pele a discriminação, o ódio racial, que cresceu ainda mais depois dos ataques de 11/09, em NY. são tempos difíceis esses que vivemos. beijo
Não esqueçam do índio Galdino Jesus dos Santos...
- Javier, você tem razão. Lembrei dele também sim. beijos
chocaderrima e mais ainda c/ a notícia da morte do brasileiro que fugiu de um bloqueio policial. Não é só no Brasil que a polícia é despreparada.