A resposta de Barack Obama

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A campanha presidencial americana segue a todo vapor. Desde ontem mais apimentada por conta de uma propaganda de televisão veiculada pela campanha do candidato republicano, senador John McCain.

Hoje, vários programas e noticiários falam sem parar sobre o assunto. Na propaganda, o senador republicano compara Barack Obama, o candidato presidencial democrata, a Britney Spears e Paris Hilton, como uma celebridade. Mas que não tem condições de governar os Estados Unidos. Ataca ainda a política energética do democrata.

Recebi agora a pouco um e-mail da campanha do senador Barack Obama respondendo à propaganda. Abaixo, a íntegra.

"Paula - A few hours ago John McCain, the same man who just months ago promised to run a "respectful campaign," said he is "proud" of his latest attack ad. That's the one attacking your enthusiasm, comparing me to Paris Hilton and Britney Spears, and making false claims about my energy plan. Now, we're facing some serious challenges in this country - our economy is struggling, energy costs are skyrocketing, and families don't have health care. Given the seriousness of these issues, you'd think we'd be having a serious debate. But instead, John McCain is running an expensive, negative campaign against us. Each day brings a desperate new set of attacks. And they're not just attacking me. They're attacking you. They're mocking the desire of millions of Americans to step up and take ownership of the political process. They're trying to convince you that your enthusiasm won't amount to anything - that the people you persuade, the phone calls you make, the donations you give, the doors you knock on are all an illusion. They believe that in this election the same old smears and negative attacks will prevail again. They're wrong. And right now, we have a few hours left to prove them wrong in a very concrete way. Can you make a donation of $25 or more right now before the July fundraising deadline at midnight tonight? Show the strength of our movement for change.
Thank you, Barack "

Brasil na manchete do jornal New York Times

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O jornal americano, The New York Times, publicou hoje uma reportagem sobre o crescimento da economia brasileira. Coloca o Brasil como a maior economia da América do Sul, como um país estabilizado e que finalmente se dá conta do seu anunciado pontencial.

Segue o link para a matéria.
Strong Economy Propels Brazil to World Stage

No deserto do Arizona o sol nasce assim

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Culinária internacional

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Morei no Arizona há 20 anos. Agora, de volta neste deserto americano pela segunda vez, percebo que muita coisa mudou.

Do lado de cá, tenho visto imigrantes aos montes e de todas as regiões do mundo. O que achei ótimo, porque, comilona que sou, fiquei logo pensando nas comidinhas gostosas do mundo inteiro. E fui atrás. A salada da foto é Thailandesa.

Começando pelo Afeganistão e terminando a lista com o Vietnã, em ordem alfabética, descobri restaurantes de 35 países. Tenho cá as minhas preferências, sou vegetariana há alguns anos, mas achei o máximo saber que o Arizona já tem a culinária internacional bem variada.

Antes, há 20 anos, só tinha comida mexicana, pizza, hamburger e hot-dog. Fala sério né?! Aliás, acabo de descobrir um restaurante vegetariano ótimo pertinho de casa!

It could happen to you

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O vídeo a seguir ganhou o concurso de vídeo mais engraçado, promovido pela MoveOn.

de Alexandra Barreto, Rider Strong e Shiloh Strong
Los Angeles, Califórnia

Gente que rala

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Dois dias de trabalho e já estou esgotada! Vida de fotógrafo do lado de cá é uma aventura. A gente vai de um lado pro outro o tempo todo, anda fotografando por toda a "grande Phoenix". O que é ótimo, porque quando alguém vier passear por estas bandas, terá um guia mais preparado. Já conhecerei cada cantinho escondido da cidade.

Somos seis novos fotógrafos contratados para esta temporada. É um grupo bem heterogêneo. A Elba, sim, tem uma Elba. Mexicana, 24 anos, dancarina por vocação, latina de corpo e alma. O freela de fotógrafa é apenas um dos empregos. Elba, que não é Ramalho e nem cantora, dá aulas de dança de salão e é atendente em uma loja.

Fiquei impressionada com a garra desse pessoal. Em cada um, pude logo observar a força, disposição e necessidade do trabalho. Ter emprego e pagar as contas no final da semana ou do mês é a preocupação de muitos. Isso é gente que rala!

Imigrantes in the US

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Uma notícia divulga pela Associated Press me deixou completamente chocada, apavorada. Venho há algum tempo pensando sobre imigração, a situação de imigrantes, enfim, sou um deles neste país do primeiro mundo e tenho, eu mesma, vivido situações curiosas.

No dia 12 de julho, numa cidadezinha do estado da Pensilvânia, Shenandoah, três jovens americanos, brancos, espancaram até a morte o imigrante mexicano Luis Ramirez.

Absolutamente tudo sobre essa história me deixa quase histérica. Inclusive a reportagem publicada. O fato de Ramirez ser um imigrante mexicano ilegal nos Estados Unidos está colocado na matéria de uma forma que me faz pensar. Fosse Luis Ramirez um imigrante mexicano que tivesse entrado aqui legalmente, faria diferença? Se fosse uma brasileira, como eu, faria diferença? Ele foi espancado e morreu por conta do espancamento.

Legal ou ilegal, Ramirez, de 25 anos, fui chutado, esmurrado e apanhou tanto, que morreu no hospital, dois dias depois. Foi por que ele era mexicano ou por que ele estava aqui ilegalmente? Do lado de cá, o preconceito anda por vários lados.

A primeira coisa que o promotor público do pequeno condado da Pensilvânia, James Goodman, diz, é que um dos jovens, Derrick M. Donchak, 18, perdeu a sua vida por causa do crime. Donchak iria para a universidade, estava matriculado e jogaria futebol americano. Perdeu tudo, o jovem, lamentou o promotor. Sério mesmo?

Os outros dois jovens, Brandon J. Piekarsky, 16 anos, e Collin J. Walsh, 17 anos, serão processados como adultos por homicídio.

Segundo os relatórios da polícia, os três suspeitos teriam encontrado com Ramirez em um parque, na noite do dia 12 de julho. Uma briga teria começado e os jovens teriam gritado e xingado Luis Ramirez com palavras discriminatórias, antes e durante o espancamento. Com o primeiro soco, dado por Walsh, Ramirez teria caído no chão, batido a cabeça e ficado inconsciente. Ainda assim, o outro jovem, Piekarsky chutava o mexicano.

Os advogados da defesa dizem que os jovens não são culpados e que não há provas de homicídio. Roger Laguna, o advogado de Collin Walsh, disse que, apesar de palavras discriminatórias terem sido usadas, o crime não teve motivação étnica.

Frederick Fanelli, o advogado de Brandon Piekarsky, se diz surpreso e desapontado com o processo por homicídio. Para ele, foi só uma briga de rua que terminou mal.

Crystal Dillman, a noiva americana, e branca, de Ramirez, com quem ele teve dois filhos, divulgou a imagem de quando ele ainda estava no hospital e pode ser vista na matéria no link a seguir (http://phoenix.cox.net/cci/newsnational/national?_mode=view&_state=maximized&view=article&id=D9257J4O0&_action=validatearticle).

Povo brasileiro

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Brasileiro é um povo interessante e está nos quatro cantos do planeta. Os que vivem aqui no Arizona estão com tudo. Tem soverteria com sorvete de manga, tem salão especializado em depilação, a famosa brazilian bikini wax, tem loja de roupas brasileiras e por aí vai.

Descobri até uma comunidade no Orkut de brasileiros que vivem no Arizona! Capoeira daqui e dali. Tem brasileiros para todos os lados, do lado de cá.

O Porcão ainda não veio para o deserto americano, mas tem churrascaria e restaurante sim, e com direito a música brasileira.

Há também uma ONG, que ajuda creches em Fortaleza e um monte de gente que veio para esse país aqui e está mudando a cor, a cara e a vida do velho oeste americano.

Vou começar a escrever um pouco mais sobre esse povo que carrega o Brasil nas veias.

A praça

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Contagem regressiva

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Faltam 35 dias para a Convenção Nacional Democrata, em Denver

Faltam 42 dias para a Convenção Nacional Republicana, em St. Paul

Faltam 105 para as eleições gerais americanas

Faltam centenas de dias até eu poder ir de férias para o Brasil

Hóspede do tempo

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Zélia Duncan
Composição: Fred Martins / Zélia Duncan

Sou hóspede do tempo
Da minha casa
Das minhas palavras
Das coisas que declaro minhas
Inquilina da vida que me foi dada
Portanto, nada
Ficou na minha bagagem
Do velho brinquedo
Que já não ilude, não me ilude
O que eu tenho é minha atitude
O que eu levo é minha atitude
O que pesa é minha atitude
Minha porção maior

Cobertura à brasileira

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A viagem do senador democrata, Barack Obama, candidato a presidência dos Estados Unidos, ao Oriente Médio, tem dado o que falar do lado de cá. A cobertura da imprensa, sobre a cobertura da imprensa na viagem, me chamou a atenção.

Desde ontem o noticiário comenta sobre a dificuldade em cobrir a viagem. Os jornalistas americanos reclamam que a comitiva do senador não antecipa a agenda e são poucas as oportunidades para entrevistas e imagens.

Me fez lembrar de um jornalista brasileiro. Certa vez, em Nova Iorque, cobrindo essas viagens do presidente Lula, que tinha ido para a reunião da ONU, estávamos todos numa correria danada, tentando registrar tudo. Lula estava caminhando de um hotel a outro para encontro com o presidente americano. Na rua e nos hotéis, o serviço secreto americano e um batalhão de policiais.

De repente, dentro do hotel, na fila de autoridades a serem cumprimentadas, está o jornalista. Inacreditável. Ele não só furou o cerco, como posou de autoridade para se aproximar e registar o que acontecia naquele momento. Que figura!

Talvez os jornalistas americanos estejam precisando de um brasileiro por lá.

Estate sale

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Garage Sale já era conhecida. Em Brasília mesmo eu via faixas e cartazes nos fins de semana. Agora, pelo menos pra mim, a novidade é a Estate Sale.

Comecei a reparar nos cartazes espalhados pela cidade e nos anúncios nos jornais. Mas não sabia exatamente do que se tratava. E quase entrei numa casa com o cartaz na porta, só pra saber como era.

Pois bem, perguntando aqui e ali, pelo o que entendi, Estate Sale é a venda dos bens do morto, a herança, o espólio, enfim.

Ou seja, você vai a uma dessas casas, onde tem um desses cartazes e compra a cama onde o morto dormia, o espelho onde o morto se olhava, o sofá onde o morto sentava. Você pode até comprar as roupas que o morto usava. É, sei não, acho que prefiro a Garage Sale. Ou que não me contem que era do morto!

Photo, photography, photographer

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Eis aqui o meu primeiro emprego no Arizona. Uma paixão que vem crescendo muito nos últimos anos. Influência de um e de outro. De uma coisa e outra. A verdade é que a fotografia cresceu em mim. E, de repente, não mais que de repente, virei fotógrafa contratada e sem carteira assinada.

O tempo vai passar e o vocabulário vai melhorar. Daqui pra frente, para usar a back light, vou set the meter to ISO 100. Vou aprender também a usar a hair light e a main light, entre outras coisitas mais.

Vai ser divertido. Serão três dias por semana e acho que vou gostar de fotografar. Me concentrarei num olhar e tentarei captar, do lado de cá, um gesto engraçado, um sorriso maroto.

Correção de data

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Por algum motivo extraterrestre, o post de hoje cedo, "Patriotismo em alta", domingo, dia 20 de julho de 2008, aí embaixo, aparece publicado como sexta-feira, dia 18 de julho de 2008 e não sei como corrigir. Perdoem a deficiência tecnológica do lado de cá. Uma hora aprendo!

Patriotismo em alta

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Morando aqui nos Estados Unidos há quase seis meses, ainda mantenho o hábito de, cedo aos domingos, com uma caneca de café na mão, ler alguns jornais e revistas do Brasil. Hoje me chamou a atenção uma reportagem sobre os negócios brasileiros mundo afora.

Venho, há alguns meses, observando o noticiário americano e o comportamento das pessoas com quem converso sobre a recente compra da Anheuser-Busch pela InBev. E a matéria, publicada na revista Veja deste domingo, é realmente o retrato fiel do que eu também pude perceber do lado de cá.

É natural nos bate-papos falar de Brasil. Do seu crescimento, posição no mercado mundial, cultura, política e por aí vai. No caso da cerveja Budweiser se tornar brasileira, notei mesmo um desconforto geral dos americanos.

Pois bem, ontem, abro o jornal local e eis que uma reportagem na editoria de Business&Money trata da possível compra de uma mineradora, aqui mesmo de Phoenix, pela gigante Vale do Rio Doce.

Parece que viver fora do Brasil aumenta o patriotismo. Percebo, do lado de cá, o meu Brasil brasileiro, minha terra de samba e pandeiro, para onde um dia quero voltar.

Frase do dia

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"We must have the courage to bet on our dreams, to take the calculated risk and leave behind forever the internal forces that hold us down."

Byrd Baggett

De segunda a quinta

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O funcionamento de alguns órgãos do governo do Arizona poderá mudar em breve. A proposta é trabalhar 10 horas por dia, por quatro dias.
O objetivo é cortar gastos, por isso, a governadora do estado, a democrata Janet Napolitano, acaba de pedir a secretaria de administração um estudo de viabilidade para tomar a decisão.

A maior dúvida, entretanto, é se a semana deveria ser de segunda a quinta ou de terça a sexta.

O meu voto é para que a semana seja de terça a sexta. As segundas-feiras sempre foram um problema mesmo. Assim ninguém tem mais de ir trabalhar na segunda. Pronto, resolvido. Não haverá mais reclamações de segunda, a coitada da terça é que vai pagar o pato!


JibJab

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Os irmãos Gregg e Evan Spiridellis criaram JibJab em 1999 e na campanha política de 2004 fizeram tanto sucesso com o vídeo deles, mais de 80 milhões assistiram, que até a Nasa os procurou. Agora estão de volta com essa super sátira, divulgada ontem. Do lado de cá, já assisti tantas reportagens sobre a animação, que resolvi partilhar com vocês. Aproveitem!

Olha a arrecadação aí gente

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A campanha do senador democrata, Barack Obama está numa felicidade só e comemora a arrecadação de US$ 52 milhões no mês de junho. O que impressiona também é a quantidade de pequenos doadores. Centenas de milhares doaram, em média, U$ 68,00, de acordo com a divulgação da coordenação da campanha.

No total, somando os valores da campanha do senador e do partido democrata, a conta está recheada com US$ 72 milhões. O que, segundo a campanha democrata, é um bom número, mas ainda atrás da arrecadação da campanha do senador do Arizona, John McCain e do partido republicano, que juntos conseguiram quase US$ 100 milhões.

E é por isso que a campanha de Barack Obama vai continuar na luta com os pequenos doadores, pedindo e pedindo doações todos os dias. Além disso, a campanha de televisão está no ar em 18 estados considerados republicanos. Do lado de cá dizem que a batalha está apenas começando e que essas eleições ainda vão trazer muita surpresa. Estou aqui pra ver de perto!

Money matters

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Quando a política não dá certo, as leis não são respeitadas e tudo parece ir por água abaixo, faça as contas. Haverá uma saída. Porque o que conta mesmo é o quanto se ganha.

O estado americano de Massachusetts prova e aprova a teoria, é o exemplo. Após saber que poderia gerar US$ 111 milhões, criar 330 empregos e arrecadar US$ 5 milhões em impostos e taxas nos próximos três anos, o senado estadual decidiu revogar uma lei que proibia casais gays de outros estados, se casarem por lá.

É que em Massachussetts é legal casamento gay, mas desde que o casal fosse morador do estado. Não era permitido que casais de outros estados fossem lá para se casar. Agora, após a análise financeira, o estado se rende aos poderes realmente importantes e muda a lei. Eles esperam receber mais de 21 mil casais gays só de Nova Iorque. Além de casais dos estados de Nova Jersey, Connecticut, Vermont e Maine. Viva o dinheiro!

Phoenix Fridas

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Frida Khalo entrou na minha vida há alguns anos, não tantos assim! Em Acapulco, de lua-de-mel, visitei uma das casas da artista mexicana. Teria sido o aniversário dela no dia 6 de julho, 101 anos.

Para minha surpresa, descobri um grupo de mulheres artesãs, artistas e admiradoras de Frida Khalo aqui na cidade. As "Phoenix Fridas". Elas são de diferentes idades, personalidades, culturas e países. Mas têm uma coisa em comum: adoram Frida Kahlo como artista, feminista, revolucionária e, principalmente, como uma mulher apaixonada, forte e independente.

E, como não poderia deixar de ser, tem brasileira na parada. Carmen de Novais nasceu no Brasil, desenha jóias, toca e canta numa banda. Uma horas dessas ainda entrevisto Carmen.

Mamograma?

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A tentativa é de uma consulta médica. É verdade, ninguém nunca me disse que a vida seria fácil. Assistência médica do lado de cá é uma coisa realmente complexa. Gostaria de um dia ler uma extensa reportagem sobre o tema aqui nos Estados Unidos.

Quando eu vim, trouxe nas malas, mais de uma. Aliás, cada pessoa da minha família que veio para o casamento, trouxe uma mala adicional com coisas minhas. Vieram alguns CDs, livros, DVDs, e roupas, claro, muitas, inclusive a camiseta do Brasil, a da última Copa do Mundo, essa não poderia faltar.

Na correria, esqueci de colocar na mala os meus últimos exames médicos. Cheguei a pensar em trazê-los, tenho certeza. Lembro de ter pensado nisso. O fato é que o mamograma não veio. Agora, para marcar a minha primeira consulta médica no Arizona, me diz a atendente da clínica que preciso apresentar meu último mamograma. Além, é claro, de exames de sangue, relatórios médicos e etc, etc, etc, etc, etc, etc.

Sentimento cerrado

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Guardarei para sempre indelével aonde for

Estas patéticas paisagens tingidas de crepúsculos,

Estas noites agônicas de brisas vindas da Lua

E tão somente a nos proteger lassos orvalhos

Que logo desfalecem face à aparição de luz maior.


Ele, heliocêntrico, retinto, rútilo disco faraônico

Não tolera nuvens no seu salão azul de audiências,

Onde impõe cegueiras de narinas ressequidas,

Alérgicas à profusão de invisíveis cepas de rarefeitos pólens,

Mas ótimos para pintura corporal de seriemas e calangos.


E eis que surgem, tímidos, em meio à savana,

Aqui, acolá, um lobo, um anum, um carcará,

Cada um saiba de si, no sufoco, araçá, jenipapo, graviola, murici.

Aqui, acolá, num torto galho, ipês roxos e amarelos

E as esquálidas, mas elegantes se floridas, canelas-de-ema.


São, assim, silvestres estilos metamórficos todo o ano

Até virar folinhas desidratadas alimentando labaredas

A lamber vastidões na missão de estourar esporos

Que ao primeiro cio da terra se desdobram em rebentos.

Ramagens novas: sucupiras, quaresmeiras, guarirobas, caliandras.


Guardarei para sempre este cinema que me faz interior,

Alma de solo calcinado cor pó de cimento,

Que à primeira chuva se exagera na oferta de aromas,

Por todos os lados brotações de mimos,

É quando a pretexto de cajuzinhos a campo saímos


Feito bichos ainda há pouco escondidos em troncos queimados,

Tudo que era cinzas muda de pele para novos encontros.

É a vida, de novo colibri, sabiá, bem-te-vi, serigüela, cajá-manga,

Alaridos de convites. É a natureza musical dos amantes.

E o deserto? Redimindo-se em promessas de aguaceiros e torrentes.


Luiz Martins da Silva
  • recebi hoje o poema desse incrível mestre e me caiu feito uma luva.

Canção de ninar

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Meu filho, hoje o dia é seu.

E pra você, a música que um dia eu cantei pra você dormir.

O nascimento de um homem

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A dor do parto, aquela com as contrações, eu nunca senti. Era de tarde. Tudo acontecia devagar, em câmera lenta, e tão rápido que era impossível acompanhar. Lembro do seu olhar, do seu rosto, do sangue, da minha lágrima escorrendo. Do beijo molhado. Do barulho da batida do peito.

Thiago nasceu no dia 11 de julho de 1986. E nasceu porque era a hora. Com horário marcado, quarto reservado e médico preparado.

Veio a esse mundo homem. Gigante. Povoado de sonhos. Com um olhar apaixonado de quem pede colo, aquele, de homem.

Completa hoje 22 anos de idade. Um homem. E a menina aqui que o pariu, sem sentir as dores do parto, sente agora um aperto no peito, com todo aquele barulho da batida, como se fosse de novo, aquele dia!

Chove chuva, chove sem parar

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E lá se vai a seca do deserto do Arizona. Chove sem parar!!


Amizade é assim...

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"Saudade é assim...

Chega sem avisar. Tem autonomia.
Basta um momento de distração e...pronto.
Os sorrisos, os abraços, as rusgas, as confissões, a solidariedade, as lágrimas e todo esse acervo de coisinhas que já fizeram parte do nosso dia-a-dia voltam à tona.
Mas que privilégio deixar ela chegar, não?
Sinal de que o passado se perdeu por aí, mas foi tão bom, tão bom, que resolveu resistir.
Pra marcar presença, esse passado volta - vez em quando - só pra lembrar ao presente que no futuro teremos só ela...
A saudade.

Um momento de suspiro e a vontade de dizer um oi. Por isso, escrevi o texto acima.
Mais uma viagem de sua amiga.
Só pra registrar a saudade de você."


Amiga querida, você trouxe, mais uma vez, douçura e leveza pra minha vida. Obrigada.

Exclusiva com as filhas de Barack Obama

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Foi ao ar ontem, em vários canais de televisão, trechos de uma entrevista exclusiva com o senador democrata Barack Obama, candidato à presidência dos Estados Unidos, junto com sua esposa Michelle e as duas filhas, Malia, 10, e Sasha, 7.

O senador tem sido muito criticado por conceder a entrevista. Anteriormente, Barack Obama havia declarado fazer questão de manter a privacidade da família. Na hora em que vi os trechos da entrevista, ontem de tarde, achei a exposição exagerada.

A entrevista foi gravada pelo canal Access Hollywood no dia 4 de julho, dia da independência americana e aniversário de Malia, a filha mais velha do casal Obama.

Mas, hoje cedo, em entrevista ao programa Today, da MSN, o senador disse ter sido levado pelo clima do momento e se arrepende da exposição das filhas.

Perguntado se faria outra entrevista com as meninas, Barack Obama respondeu secamente: "Não faríamos novamente e não faremos de novo".

Litros, quilos e metros

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Aqui eu uso manequim número 12, às vezes 10. Calço 6, às vezes 6½. Minha altura é 5,6 pés. Mas o mais complicado mesmo é eu ter de rebolar na cozinha para acertar uma receita do Brasil. As medidas americanas são todas diferentes.

Fuçando daqui e dali, encontrei a explicação de que as medidas norte americanas são originárias da Inglaterra, de um período anterior a Revolução Francesa.

Nada contra, nada a favor, sinceramente acho que é só uma trabalheira danada e não entendo nada. Quero mesmo é um litro de leite, um kg de farinha e alguns metros de tecido pra fazer a cortina do quarto de hóspedes.

Luciana

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A sua lembrança dos 50 anos da Bossa Nova

Doar, doar de novo ou não doar, eis a questão

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A convenção nacional democrata acontece mês que vem, dia 28, em Denver, Colorado. E a campanha do senador Barack Obama está prometendo um evento inesquecível. Esperam reunir pelo menos 75 mil pessoas no Invesco Field, um estádio de futebol americano, casa do time Denver Broncos. Onde o senador, quebrando o protocolo e mudando a tradição, deverá fazer o seu discurso oficial como candidato do partido democrata à presidência dos Estados Unidos.

Para o evento, a campanha do senador democrata lançou hoje um sorteio nacional que está dando o que falar. Dez eleitores que doarem U$ 5,00 até a meia noite do dia 31 de julho, serão selecionados e ganharão passagem aérea e hospedagem para dois dias, com direito a acompanhante, para ir a Denver.

A campanha anuncia que os dez sorteados terão ainda lugar garantido nos bastidores e apresentação formal ao senador Barack Obama.

Eis o meu dilema: doar ou não doar? Uma nova enquete está postada aí ao lado. Vamos aguardar o resultado, doarei ou não os U$ 5,00 para concorrer às passagens e hospedagem em Dever?

Caso você também se interesse pelo sorteio, acesse https://donate.barackobama.com/convention e faça a sua doação.

Vizinhança de cinema

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Chegando em casa ontem por volta das 19h, três ruas antes da nossa, reparamos que havia um carro atravessado, como se estivesse batido no meio fio, perto do poste, em direção a uma casa. Achamos estranho e logo avistamos vários carros de polícia.

Por todo o caminho até a nossa casa havia muita movimentação policial. Carros, camionetes e policiais com cachorros andando pelos becos atrás das ruas. Sem saber o que estava acontecendo, fomos pra casa. Na nossa rua, mais policiais.

Estacionamos e, em seguida ouvimos um som alto de um alto-falante de um carro da polícia. O policial orientava a todos os moradores a entrar em suas casas, trancar as portas e não sair. Ele explicava que estavam perseguindo um supeito perigoso e armado.

Eu não conseguia acreditar e entender o que estava acontecendo. Parecia um daqueles filmes de Hollywood, onde o bandido fugindo da polícia, passa correndo pelos quintais das casas. Realmente!

Pleasant nails

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Fazer as unhas aqui no Arizona é uma experiência nova para mim. Alguns salões são específicos para este fim e, dos que são, todos são vietnamitas. Neles, homens também são manicures e pedicures.

Eu vou a um desses salões perto de casa, o Pleasant Nails. Marido e mulher são sócios e toda a família trabalha com eles. Mãe, cunhada, cunhado, primos e sobrinhos, estão todos lá. A família mora no Arizona há 13 anos. Nenhum deles voltou para visitar o Vietnã.

Ann, a proprietária, me atendeu outro dia. Papeamos um monte. O salão é uma graça. As cadeiras para fazer os pés são aquelas com massageadores automáticos nas costas. Em frente, as mesas para fazer as unhas da mão. Na parede, uma televisão de plasma ligada no canal MTV distrai as clientes.

Foi a segunda vez que fui ao salão. Continuo achando tudo diferente. Mas, Ann lembrava de mim, de que eu sou do Brasil e me chamou pelo nome. É, talvez eu já esteja me acostumando!

Donna Summer canta "Brazil"

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Lembro de Donna Summer com saudades.

Descobri hoje essa música do seu novo álbum "Crayons".

"Tudo Ben Tudo Ben Tudo Bom Bom

He closin’ his mind

Here’s a steering wheel to drive

Turn the radio up loud

He heard Jobim sing And his heart begins to sway

He didn’t think of anything but his baby

He was driving Keep on driving He kept driving down Brazil

He feels batucada, he dances the Samba If only in his headHe was driving down Brazil

All pimped up and dressed to kill A thousand single dollar bills in his low ride Bonneville

He was driving down Brazil

He was driving down Brazil

And he gave the girls a thrillIn his low ride Bonneville

He’s the king king of the hill

He was driving down Brazil

Please come a come a get you’re a baby . . . she’s waiting He cruises up to the light

She jumps in by his side They kiss and wave goodbye They have so much to say But the grove begins to play And he couldn’t think of anything but his baby

He was driving

Just kept on driving

He was driving down Brazil

He dreams of Amanda while he sips Guarana

In his mind she’s dressed in red

He was driving down Brazil

All pimped up and dressed to kill"


Visite a página na internet da artista http://www.donnasummer.com/ e confira o novo CD.

Churrasco é com Obama

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Os americanos ainda não sabem quem será o presidente do país, mas já escolheram quem preferem convidar para um churrasco.

Uma pesquisa da Associated Press/Yahoo, divulgada ontem, revela que 52% dos entrevistados gostariam de ter o senador democrata Barack Obama, contra 45% que escolheram o senador republicano John McCain.

Obama foi o escolhido para participar do churrasco pelas mulheres e pelos eleitores jovens, enquanto os homens estão divididos meio a meio e os mais velhos preferem McCain.

Quem você convidaria?




Independence Day

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Começa amanhã um dos mais esperados feriados prolongados aqui nos Estados Unidos.
Na sexta-feira, dia 4 de julho, é o dia da independência do país.
Muitos, como no Brasil, emendam.

Tradicionalmente, comemora-se a data assistindo a shows, queima de fogos de artíficio e com o bom e velho companheiro, churrasco.

Aqui em Tempe a festa vai ser no Tempe Beach Park. Um parque às margens de um lago ao lado do centro da cidade. Os organizadores do evento dizem que será a maior e mais longa queima de fogos da história da cidade e esperam receber até 50 mil pessoas dentro do parque.

Para participar, você tem de pagar US$ 6,00 para entrar no parque, não pode levar comida e nem seu isopor com as cervejinhas. Os cachorros e gatos também tiveram a sua entrada vetada, assim como os ciclistas. Bicicletas, patins ou skates estão proibidos. E todas as pessoas e suas bolsas serão revistadas na entrada.


Nada, nada

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Sem política, muito papo furado para alguns. Assunto que é bom, não falta. Numa terça-feira antes do feriado de 4 de julho, tudo vale. Hoje dois amigos resolveram dizer que política demais é bobagem.

É mesmo? Sou apaixonada pelo tema. Mas entre uma cerveja e outra, sem dirigir, que é proíbido, penso sobre o que escrever no blog.

Acabo sendo a designada a dirigir e comprar mais cerveja, já que não bebi o suficiente. A lei do Arizona permite 0,08%. No Brasil, pelo o que ouvi dizer, agora é diferente. Lei seca, zero por cento. Como pode? É sério isso? Está valendo mesmo?

Aqui nos Estados Unidos cada estado tem a sua própria lei. Ainda bem que o conservador Arizona ainda permite 0,08%.